Não era poeira: cientistas descobrem o que ‘escureceu’ Betelgeuse
Estrela vermelha gigante (mil vezes maior do que o Sol) na constelação de Órion perdeu 40% do brilho no fim do ano passado – deixando astrônomos na expectativa por uma explosão de supernova
Lembra que Betelgeuse ia explodir? No final do ano passado, astrônomos do mundo inteiro acompanharam a diminuição no brilho da estrela vermelha gigante na expectativa de que ela finalmente se tornasse uma supernova – até que no fim de fevereiro Betelgeuse recuperou seu brilho e voltou ao normal. Inicialmente, a mudança foi atribuída a uma nuvem de poeira que poderia ter encoberto a estrela.
Mas dados obtidos usando o James Clerk Maxwell Telescope (JCMT), no Havaí, por uma equipe de pesquisadores do Instituto Max Planck de Astronomia revelaram que enormes manchas magnéticas podem ter causado o escurecimento da estrela. A pesquisa foi publicada esta semana no Astrophysical Journal Letters.
Betelgeuse é a estrela mais brilhante na constelação de Orion (mais precisamente, no “sovaco” do caçador mitológico, por assim dizer…), e fica a cerca de 500 anos-luz de distância da Terra. Como é uma estrela muito grande (com cerca de 10 a 25 vezes a massa do Sol e mil vezes maior) a sua expectativa de vida é baixa, e quando a intensidade do seu brilho começou a baixar rapidamente (chegou a 40% do seu valor normal) muitos pesquisadores acharam que poderíamos conferir um dos eventos mais incríveis do universo: a explosão de uma supernova.
Um estudo independente, liderado pela pesquisadora do Instituto Max Planck de Astronomia, Thavisha Dharmawardena, e pelo cientista sênior do JCMT, Steve Mairs, demonstrou que as variações de temperatura na fotosfera, ou seja, a superfície luminosa da estrela, causaram a queda do brilho. A fonte mais plausível para essas mudanças de temperatura são gigantescas manchas frias, semelhantes às manchas solares, que, no entanto, cobriram 50 a 70% da superfície de Betelgeuse.
Os comentários estão fechados